quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

História da América I - Guia de Estudos para AV3 (12/12)



Tópicos:

Organização social, política, territorial, econômica e cultural dos astecas.
O descobrimento das Américas e suas consequências para europeus e indígenas
Organização do sistema colonial espanhol.
Sociedade colonial espanhola.

Indicações de Leitura:

Biblioteca Virtual da Estácio (SIA):

História Política Comparada da América Latina. Ana Paula Lopes Ferreira e Leonardo Mercher. Editora Intersaberes. 

História da América Através de Textos. Jaime Pinsky et All. Editora Contexto. 

História da América Latina. Maria Lígia Prado e Gabriela Pellegrino. Editora Contexto.

RAMOS. Fábio Pestana. Por Mares Nunca Dantes Navegados. A aventura dos descobrimentos. São Paulo. Contexto. 2008.

SILVA. Kalina Vanderlei. SILVA. Maciel Henrique. Dicionário de Conceitos
Históricos. São Paulo. Contexto. 2010. 

Sites de Apoio:

http://www.uvanet.br/rhet/artigos_marco_2010/povo_astecas.pdf

Vídeos de Apoio:

Civilizações Pré-Colombianas:
https://youtu.be/-b9kT9h2fSY

Sistema Colonial:
https://youtu.be/8smpJiKxo2E

Colonização Espanhola:
https://youtu.be/ErnZ-2AR8iM


Resumo:

Civilização Asteca

Ao estudarmos a história indígena das Américas observamos ao longo das aulas os diferentes percursos civilizacionais que vão desde os povos originários, intermediários e a formação das chamadas Altas Culturas Pré-Colombianas. Dentre elas, destacamos aqui a cultura Asteca. De suas variadas características,  iniciamos com a contextualização de sua migração de Aztlán para a região central do México e a constituição inovadora de Tenochtitlán, com seu sistema de navegação interna, os mercados e a agricultura nas chinampas. Vimos o quanto essa constituição era estratégica para a defesa da cidade. Em um segundo momento caracterizamos a organização política dos astecas. Primeiro a qualificamos como uma confederação, cujos povos eram anexados por adesão voluntária, por guerra ou permaneciam como enclaves territoriais independentes. A figura do soberano asteca não é divinizada. Portanto, existe a possibilidade de substituição da casa real caso a mesma não corresponda a suas funções, mormente em caso de grandes calamidades. Cada cidade era regida por curacas nomeados pelo governante. O Calpulli é o cerne dessa organização e cada uma delas possui um sistema de tributação distinto. As únicas cidades que estão isentas são os distritos militares, responsáveis exclusivamente no fornecimento dos soldados para as guerras. Vimos como a sociedade era organizada e as diversas possibilidades de enquadramento social em funções que oscilam entre o campesinato, as artesanias, escribas e militares. Do mesmo modo analisamos o panteão asteca e a importância da religião na constituição do que se entendia por real e como eles operavam no mundo a partir desses referentes. Um exemplo típico dado e descrito foi a prática dos sacrifícios humanos. Também analisamos os códices astecas e vimos o quanto eram importantes sob o ponto de vista governamental, econômico e cultural, já que relatavam histórias, costumes, oráculos e dados quantitativos. Os códices podem ser divididos entre os produzidos antes e após a interferência do conquistador espanhol e sua leitura obedece a critérios de ordem específicos.


O Novo Mundo

Até o processo de expansão marítima que culminaria no encontro e exploração do território americano, o mundo conhecido estruturava-se em torno da Europa, Ásia e África. Com as Américas, um novo cenário geopolítico se desenha, onde não apenas o eixo de poder mas também os interesses de natureza econômica vão fazendo com que, progressivamente, as diferentes potências europeias se friccionem em torno de disputas territoriais. Isso sem falar no ressurgimento de toda a sorte de crenças, não apenas as que evocavam lendas como o "Eldorado" como também a da descoberta de um "novo Éden" onde se poderia recomeçar, construir um novo mundo. Nada tão velho... Assim, o colonialismo foi constituindo diferentes modelos de colonização, as quais podemos, a grosso modo, dividir em duas experiências, a de povoamento e a de exploração. As colônias de povoamento são assim denominadas por que, via de regra, tendem a reproduzir o estilo de vida e as práticas econômicas de determinada localidade na Metrópole. Desse modo, usam mão-de-obra livre, organizam-se em pequenas e médias propriedades, praticam comércio interno como base econômica principal, enquanto as de exploração baseiam-se em grandes propriedades, na mão-de-obra escrava, na produção localizada, ou seja, geralmente monocultoras; além da mineração e do extrativismo, e que projetam o mercado externo. E essa escolha é deliberada pelo colonizador. Tomemos o Brasil por exemplo. Seria possível colônias de povoamento aqui? Claro que sim! Entretanto, a opção pela exploração intensiva foia preferível, tornando a colônia um apêndice econômico da metrópole. O estabelecimento de novas colônias trouxe também consequências marcantes sobre os dois povos que passaram a ter contato, amistosos e em disputas, os espanhóis e os indígenas. Vejamos alguns exemplos.

O Contato entre Dois Mundos

No contato entre indígenas e ibéricos podemos analisar ao menos três aspectos. Do ponto de vista da cultura material os indígenas foram essenciais para a plena adaptação e sobrevivência imediata no desconhecido território. Os impactos não param por aí. Até mesmo hábitos alimentares na Europa foram alterados com a introdução de alimentos via comércio e trocas, como a batata, o chocolate, milho, tomate e um produto de rápida disseminação, o tabaco. Entretanto, para os indígenas, esse contato foi extremamente problemático. Trabalhos forçados, exploração intensa, violência, fome, introdução de doenças avassaladoras e desarticulação dos laços comunitários foram o saldo para o lado indígena. Aqui o fluxo migratório era cada vez mais intenso da Europa para a América (sem falar da importação de escravos africanos), o que não ocorria no sentido inverso. Os índios aqui ficavam para serem explorados. Um caso exemplar do processo de conquista nos é dado pela experiência da conquista asteca por Hernan Cortéz. A explicação mais coerente com relação a esse processo tem raízes no que Ruggiero Romano chama de "Mecanismos da Conquista Colonial". Primeiramente a "espada", onde temos os espanhóis e sua política de alianças com os povos indígenas que eram adversários. Assim, conseguiam vencer o desafio da inferioridade numérica e potencializar sua superioridade bélica. A "fome", pela desarticulação do seu modelo produtivo e a "cruz", com a morte simbólica pela destruição dos referentes culturais. 

A Colônia

A organização administrativa da América Espanhola temos como principal instituição burocrática o "Conselho das Índias". Ele está acima, inclusive, do cabildo colonial e demais instâncias, quer instaladas na Metrópole ou na Colônia. É o cerne, o coração da burocracia e da administração. A partir dele, outras instâncias se desdobram como os vice-reinados, governadorias, cabildos, cada de contratação, alcaidias, entre outras instâncias.  A sociedade colonial espanhola era majoritariamente formada por indígenas, algo diferente da experiência portuguesa, cuja importação de negros africanos fizera esse segmento se tornar maioria no Brasil, ao invés dos povos nativos. Entretanto, essa massa indígena ocupava o último estrato na pirâmide social colonial, ocupada primeiramente pelos Chapetones (espanhóis peninsulares), Criollos (espanhóis nascidos nas Américas), seguidos por brancos pobres, mestiços e indígenas. Essa organização social estabeleceu um processo de estigmatização e preconceito que ainda possui raízes na contemporaneidade.

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